RIO COCÓ
Por Glauber sobral
Tendo como berço a Bica das Andreas, na Serra da Aratanha, em Pacatuba, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), o Rio Cocó faz parte da bacia dos rios do litoral leste cearense, tendo em sua hidrografia uma área de aproximadamente 485 km². O manancial tem como percurso outras cidades da RMF, como Itaitinga e Maracanaú, desaguando no Oceano Atlântico, na capital cearense, nos limites das praias do Caça e Pesca e da Sabiaguaba.
Até chegar à sua foz, no curso de seus 50 quilômetros de extensão, o Rio convive, luta e resiste à presença do homem. Trataremos aqui das relações que a população fortalezense tem com o Cocó – plural de có que significa roça, fazendo alusão às roças plantadas pelos povos indígenas nas vazantes do rio. As vivências são contadas na websérie “Entre Concretos - a resistência do Cocó no espaço urbano de Fortaleza”.
Para cada episódio do produto audiovisual, foi pensando um verbo-resumo. No primeiro, conta-se a história da comunidade Conjunto Palmeiras por meio da conjugação do verbo ‘resistir’. O bairro, com 35 anos de existência, viveu os tempos áureos do Rio nos início dos anos 1980. Hoje a comunidade já não usa mais suas águas para as atividades domésticas diárias. O Conjunto Palmeiras agora presencia o manancial de maneira distanciada. Com a construção de uma barragem na região, intervenção do Governo do Estado pensada para evitar alagamentos nas proximidades, os moradores querem ressignificar aquele espaço e estabelecer novas relações com o Rio.
Em seguida, o segundo episódio aborda a questão da luta pela preservação das águas no coração ecológico de Fortaleza - o Parque do Cocó. Em todo seu corpo, o Rio enfrenta problemas causados pelo descaso de atores sociais, mas mesmo assim persiste aos entraves do “progresso”. Aqui, por toda parte conjuga-se o verbo “lutar”.
Ainda na região do Parque do Cocó em que o Rio passa, o especial conta a história de um homem que trabalha voluntariamente no “melhor lugar do mundo”. Há 26 anos, o Tenente Araújo, ao lado de um auxiliar, oferecem lazer aos visitantes pelo prazer de estar próximo do Rio.
Por último, a websérie conta a história da Sabiaguaba, seja o espaço físico propriamente dito, seja as relações comunitárias da região. Sustento e respeito: esta é a troca que os ribeirinhos estabelecem com o Rio, até ele desembocar no Oceano Atlântico. As histórias contadas neste episódio se baseiam na flexão do verbo “conviver”.
Navegue nessas narrativas!